Chega de comparação, vamos viver!

Acredito que você já se viu em alguma situação como estas:

  • “Nunca serei como ele”
  • “Ele consegue empregos bons e eu não”
  • “Olha o corpo dela, que vergonha do meu”
  • “Ele fala tão bem, como vou falar depois dele?”

Estes são alguns dos muitos exemplos de comparação que vivemos em nosso dia-a-adia, o tempo inteiro e, muitas vezes, nem nos damos conta.

As frases acima são exemplos de autocomparação, porém também existe a comparação entre outras pessoas realizadas por um terceiro. Como exemplo, pais comparando seus filhos, líderes comparando pessoas de sua equipe, etc.

Por isso, vamos explorar neste artigo o que é a comparação, entender seus malefícios e como podemos nos treinar para mudar esta situação.

Então, vamos começar pela comparação em geral.

A Comparação 

Quando nos comparamos ou somos comparados a outra pessoa, somos expostos ao que o outro tem de melhor, enquanto sabemos as dificuldades de nossas vidas e distorcemos nossa realidade.

Isso acontece tanto em atividades e rotinas pessoais como no mundo corporativo, gerando insegurança e conflitos.

A comparação entre pessoas é uma forma de tentar diferenciar o que já é diferente, ignorando nossa individualidade e a beleza de sermos únicos!

Ninguém no mundo é igual a nós, cada um tem um estilo de vida, cultura, criação, experiências e aspirações diferentes. 

Até mesmo irmãos gêmeos idênticos, não são tão idênticos assim. Cada um pode buscar um estilo de vida, com objetivos e velocidades diferentes. Logo, os resultados também serão diferentes.

A comparação é prejudicial, trazendo frustrações e resultados negativos para nossa experiência de vida.

Comparação na infância

Conforme abordamos anteriormente, a comparação na infância é muito comum. Sem perceber, os pais costumam comparar seus filhos, como: “seu irmão tira notas boas e você não” ou “seu irmão nunca me deu trabalho”.

Além dos pais que comparam seus filhos a outras crianças, como: “meu filho começou a falar com 2 anos e o seu ainda não fala”. 

A verdade é que não há maldade nestas comparações feitas pelos pais, geralmente eles querem encorajar seus filhos a terem resultados diferentes ou orientar outros pais com o que utilizaram na educação de seus filhos para terem esses resultados.

Porém, essa comparação é prejudicial para a criança, trazendo sérios problemas inclusive na fase adulta.

Isso acontece porque, quando uma criança é comparada à outra, ela entende que o que ela é ou o que ela faz não é correto e se esforça para ser como a outra criança, anulando a sua identidade.

E na fase adulta, não consegue dizer quem é, o que gosta de fazer e geralmente vive uma vida de frustrações por não conseguir se realizar sendo ele mesmo.

Esta criança cresce se sentindo incapaz, com a difícil missão de tentar se encaixar em uma forma que não tem encaixe, sem atender às expectativas geradas dentro dele, resultando em complexos de inferioridade.

Autocomparação

A autocomparação, a nossa comparação com outras pessoas, é um ato de deslealdade conosco, porque estamos olhando apenas para um ponto e não para todo o contexto e história.

A jornada de cada indivíduo nunca será igual a de outra pessoa e os resultados nunca serão os mesmos!

Outras pessoas podem nos servir como inspiração, inclusive já falamos um pouco por aqui sobre modelagem (muito utilizada no PNL), que é a forma de utilizar o que a pessoa que nos inspira fez para que possamos atingir resultados similares.

A modelagem ajuda a entender como a pessoa obteve o resultado. Podemos seguir a mesma estratégia e ainda assim ter resultados diferentes porque cada um tem a sua história, sua personalidade e a sua maneira de agir.

Já dizia Freud: “A única pessoa com a qual você pode se comparar é com você mesmo no passado.”

A comparação com nossa versão do passado será benéfica se tivermos a intenção de nos impulsionar, de ir mais longe e conquistar ainda mais. 

A comparação é um hábito da sociedade em que vivemos, faz parte da nossa cultura, logo ela passa imperceptível, como se fosse algo normal e benéfico. 

Por isso, precisamos estar atentos para contornar essas situações.

Riscos da comparação

Que as comparações são prejudiciais e que geram frustrações, nós já sabemos. Elas trazem ainda mais riscos à nossa saúde mental a médio e longo prazo.

O saldo desse hábito negativo pode nos levar a sintomas de ansiedade e até a transtornos psicológicos e alimentares.

Há tempos, a comunicação em massa já nos impunha uma beleza que não existe na vida real, como as mulheres e os galãs das novelas, isso sem entrar na polêmica da Barbie (magra, loira de olhos azuis).

Em pleno século XXI, ainda vivemos essa imposição de beleza nas redes sociais, onde os influenciadores postam apenas a realidade montada e a parte bela de seu dia-a-dia, sem mostrar as dificuldades que passam para serem assim.

Logo, nós achamos que as dificuldades da vida não são experienciadas por eles, o que não é verdade.

Como evitar a comparação

Sempre que nos observarmos nos comparando a outra pessoa, devemos parar e refletir sobre o que estamos fazendo.

Como disse anteriormente, a comparação é referente a pontos específicos e não a toda a experiência de vida dos envolvidos.

Então, devemos lembrar que ninguém é igual a nós mesmo e que  nunca seremos como outra pessoa.

Somos todos diferentes, cada um tem o seu talento e acredite: há muita beleza na individualidade e particularidade.

Quando a comparação aparecer, devemos lembrar de tudo o que já conquistamos e avaliar a nossa evolução.

E, se algo ainda não estiver como gostaríamos, precisamos manter a calma e projetar o futuro, considerando o que podemos fazer diferente para mais uma fase na evolução.

E o mais importante: devemos ter paciência e persistência para colhermos os frutos. Tudo faz parte de uma construção, desenvolvimento de experiências. Tudo tem seu tempo e devemos respeitar o nosso!

Buscando nossa melhor versão

Segundo a Brené Brown em seu livro “A coragem de ser imperfeito”, a sociedade em que vivemos estimula a vergonha, a humilhação e a escassez, nos levando a acreditar que nunca seremos ou teremos o bastante, sempre nos comparando de forma desleal e causando grande desmotivação.

Portanto, precisamos viver com ousadia para fazermos escolhas que desafiam a sociedade e o ambiente social de escassez. 

A ousadia que ela cita é a vulnerabilidade, a coragem de enfrentarmos a incerteza, a exposição e os riscos emocionais, sabendo que SOMOS o bastante.

Por isso, devemos criar o hábito de identificar a comparação e ressignificá-la, olhando para a nossa evolução e o quanto já conquistamos. 

Assim, enchemos-nos de orgulho e coragem para encarar a vulnerabilidade e viver com plenitude.

“Sempre haverá alguém traçando uma rota diferente da nossa, porém, isso não significa que seja uma rota melhor.”

Autor Desconhecido

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