Matriz de escolhas: como tomar decisões de forma mais estruturada

A nossa vida é cheia de momentos especiais e decisivos, não é mesmo? 

Isso acontece porque nós, humanos, somos os únicos seres que possuem o poder da escolha. Diferentes dos animais, optamos por onde viver, o que comer, com quem nos relacionar e até mesmo em que língua falar.

Porém, o nosso leque de escolhas para cada momento de vida é grande e, muitos de nós, chegamos a perder o sono com as decisões mais importantes.

A cada escolha que fazemos, renunciamos a outra opção, gerando dúvidas e sentimentos de ansiedade e angústia, já que essa escolha trará consequências para o resto da vida.

Em situações como esta, buscamos referências do que deu certo e errado em nossas experiências passadas ou nas experiências de pessoas que são referência para nós, como nossos pais, cônjuges, amigos, professores, líderes e mentores.

É claro que precisamos separar aquelas decisões mais simples, cotidianas, como qual refeição fazer ou que roupa vestir.

Aqui estamos focando nas decisões mais importantes das nossas vidas como aceitar a promoção de um emprego, aceitar o desafio de um projeto, mudar de casa, trocar de carro, mudar de cidade ou país, casar ou separar, ter filhos, etc.

Porque é tão difícil tomar algumas decisões?

O porquê da Indecisão

Como já falamos, somos responsáveis pelas consequências das nossas escolhas e resultados das mesmas. É difícil tomar uma decisão que pode envolver grandes mudanças em nossas vidas. 

O novo nos assusta. Temos medo de errar ao escolher um caminho que não sabemos onde vamos chegar, o que vamos encontrar no percurso ou se vamos nos arrepender, achando que não fizemos a escolha certa.

Só que  nunca saberemos se esta opção foi melhor que a outra, já que não trilhamos o outro caminho, logo, não sabemos quais seriam os outros obstáculos e os resultados obtidos.

O mais importante em uma decisão é nos priorizar, escolher o que faz mais sentido para nós. Não é legal fazer uma escolha sobre algo que mudará nossa vida pensando nos outros.

As escolhas no Cérebro

Segundo o autor Daniel Kahneman, do livro “Rápido e Devagar: duas formas de pensar”, nós temos dois sistemas de processamento cerebral. Eles não fazem parte da estrutura fisiológica do nosso cérebro, como já abordado no artigo “Os sabotadores e a falta de acabativa”, são apenas uma forma de entender seu funcionamento. 

O que ele chama de sistema 1 é o modo automático, intuitivo e rápido. Geralmente esse sistema não gasta energia ou esforço para as tomadas de decisões. Ele é o responsável por muitas escolhas automáticas e simples que fazemos e, também, por nossos julgamentos. Cerca de 90% das nossas decisões são tomadas de forma intuitiva, de acordo com o habitual, sem grande esforço para a escolha.

O que o autor chama de sistema 2  é a nossa parte racional, reflexiva, analítica e lógica. Os momentos ou atividades mentais ligadas a cálculos complexos, experiências diferentes e a concentração são acionados por esse sistema. As decisões mais importantes de nossas vidas são processadas no sistema 2, logo, levam mais tempo para serem tomadas e envolvem mais análises e reflexões para acontecer.

Matriz de Escolhas

Entendemos que, para decisões importantes de nossas vidas, precisamos fazer escolhas estruturadas, analisando cada detalhe com calma e não por impulso, já que esta poderá refletir no resto de nossas vidas.

Por isso, eu estudei bastante sobre o tema e encontrei ferramentas muito interessantes, como por exemplo, a Matriz de Escolhas.

O objetivo desta matriz é entender o que é mais importante para nós e o quanto cada fator é relevante para fazermos uma escolha consciente.

Assim, conseguimos ponderar os riscos e oportunidades de cada escolha, identificando os pontos fortes e fracos de uma ideia.

Para iniciar a montagem da matriz, precisamos ter claras as opções pelas quais vamos escolher, por exemplo morar em casa ou apartamento. 

Também é importante saber os principais fatores que influenciam esta decisão, os mais importantes, que dão valor ao que procuramos.

Assim, conseguiremos dar o peso adequado à importância ou benefício de cada fator, facilitando a definição pela opção que tiver mais fatores ao nosso favor.

Com essas informações em mãos, vamos à matriz de escolhas:

  1. Em uma planilha, crie a coluna de FATORES, com os aspectos mais importantes para você. No exemplo de compra de uma casa ou apartamento, os principais fatores poderiam ser segurança, área de lazer e comércio próximo.
  1. Na segunda coluna, coloque o PESO que representa o quanto cada fator é importante para você, para o seu momento de vida, atribuindo o valor de 1 a 10. Seguindo com o exemplo da casa ou apartamento, o fator segurança é muito importante, então poderia ter o peso 10.
  2. Em seguida, acrescente suas opções de escolha em colunas separadas, crie quantas forem necessárias (OPÇÃO 1, OPÇÃO 2, OPÇÃO 3…). Nestas colunas você irá pontuar com valores de 1 a 10 cada fator de acordo os benefícios  que esta opção traz para você. No mesmo exemplo, o fator segurança em uma casa teria a pontuação 6, já no apartamento teria 8.
  3. Após a definição da importância de cada fator e do retorno que cada opção de escolha traz para cada fator, chegou a hora de multiplicar esses valores. Ou seja, multiplique o peso de importância do fator pela nota do mesmo dentro de cada opção de escolha. Em nosso exemplo, o fator segurança teria uma nota 60 para a casa e nota 80 para o apartamento.
  4. Ao final, some os resultados de cada fator (exemplo: segurança, área de lazer e comércio próximo) em cada opção de escolha.
  5. A opção que tiver a melhor nota final provavelmente será a que melhor atende às suas necessidades.

Para ficar mais claro, segue abaixo a imagem da Matriz de Escolhas.

Conclusão

Como tudo na vida há uma solução, a partir de agora, também podemos fazer escolhas importantes sem sofrimento e com tranquilidade. 

Tomaremos nossas decisões de forma consciente e estruturada, sem grandes medos do futuro, agindo sempre em direção dos nossos objetivos.

Importante lembrar: nós fazemos sempre a melhor escolha para aquele momento. Por isso, se no futuro você perceber que não foi uma boa escolha, comece tudo de novo. Jamais se arrependa de uma escolha que fez.

“Mesmo quando tudo parece desabar, cabe a mim decidir entre rir ou chorar, ir ou ficar, desistir ou lutar; porque descobri, no caminho incerto da vida, que o mais importante é o decidir”.

Cora Coralina

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